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sobre patentes e como elas afetam as nossas vidas.
Até 1996, o Brasil não concedida patentes para produtos de saúde. Mas após a assinatura do Acordo Trips (Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio), os medicamentos passaram a ser tratados como mercadoria. Esse acordo favorece as empresas multinacionais em detrimento ao direito à saúde dos brasileiros.
Para garantir seus altos lucros, grandes empresas farmacêuticas bloqueiam a entrada de concorrentes, o desenvolvimento de novas pesquisas e fazem lobby para alterar leis nacionais e internacionais que protegem o interesse público, para que continuem em posição de monopólio.
O Brasil já foi vanguarda no combate a concessão abusiva de patentes. No entanto, desde 2010 está na contramão de muitos países que estão exercendo seu direito de usar as medidas de defesa da saúde. Recentemente a licença compulsória, medida que anula o efeito de uma patente, foi utilizada em países como Índia, Equador e Indonésia. A Índia, por exemplo, usou a licença compulsória em 2012 para reduzir o custo de um medicamento de câncer de rim e fígado, expandindo sua oferta e aumentando o número de pessoas com acesso ao tratamento.
O alto preço dos medicamentos não é um problema apenas para países em desenvolvimento, mas também em países ricos como EUA e Reino Unido, que cada vez mais manifestam sua preocupação com a sustentabilidade dos programas de saúde. Nos EUA, dos 12 medicamentos de câncer aprovados em 2012, 11 custavam mais de 100 mil dólares por paciente, o que motivou 100 oncologistas renomados a exigirem cortes de preços e acusarem a indústria de agir de forma imoral.
A lei brasileira foi modificada em 1996 para se adequar às regras do Acordo TRIPS, por meio da Lei 9279/96, a Lei de Propriedade Industrial ou “Lei de patentes”. No entanto, o país deixou de adotar importantes medidas de proteção do interesse público. Atualmente estão em tramitação no Congresso diversos projetos de lei que propõem alterações na lei de patentes. A Reforma da Lei de Patentes pode aumentar as possibilidades de compra de medicamentos a preços mais acessíveis, aumentando o acesso da população e economizando recursos públicos que podem ser utilizados para a melhoria do SUS como um todo. Clique aqui para conhecer melhor os projetos de lei.
Além disso, a lei brasileira já tem medidas que poderiam ser utilizadas para aumentar o acesso da população a medicamentos. Porém, elas são pouco utilizadas. Em contraste, há uma execessiva utilização de medidas que favorecem a ampliação dos direitos das empresas que detem as patentes de medicamentos. A medida conhecida como licença compulsória, que permite a exploração do produto patenteado por outros laboratórios mediante autorização do governo, só foi utilizada uma única vez, ao passo que a extensão de prazo de monopólios de patente para mais de 20 anos, tem sido amplamente utilizado pelas multinacionais, sujeitando quase 60 medicamentos a um prazo maior de monopólio.