Por: DCI

 

DCI – 26/03/2012

 

A criação do laboratório biotecnológico BioNovis, joint venture das companhias nacionais Aché, EMS, Hypermarcas e União Química, anunciada na última sexta-feira, deve ajudar a criar in-fraestrutura para testes pré-clínicos e clínicos no País. "Essa empresa vai fomentar a criação ou a ampliação de áreas que vão prestar serviço para ela as chamadas CROs – contract mearch organizations -, ou prestadores de serviço de pesquisa", declarou o presidente da empresa, Odnir Fínotti.

A insipiência da indústria nacional de prestadores de serviços de pesquisa foi tema de estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Eoonômico e Social (BNDES) em 2009. "No Brasil, os ensaios dínicos de novos medicamentos são relativamente desenvolvidos", apontava a pesquisa. "Por outro lado, os testes pré-dínicos suscitam controvérsias em relação à qualidade e infraestrutura existentes no País; essa etapa é considerada pela indústria farmacêutica nacional um gargalo".

Isso agora deve mudar, acredita Fínotti. "Nunca apareceu no Brasil uma empresa que precisasse usar essas estruturas para valer, porque as empresas globalizadas usam estruturas internacionais”, afirma. Segundo ele, além de demandar serviço, a Bio Novis poderá ajudar empresas a se estruturarem para ocupar esses novos espaços.

O executivo, que também pre side a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), cita o exemplo do segmento "Não havia no Brasil centros de bioequivalênciae a demanda que as empresas de genéricos geraram criou uma oportunidade. Hoje temos quase que autonomia total nessa área no País", lembra.

Segundo o BNDES, estima-se que no mercado de CROs exista cerca de mil empresas no mundo, crescendo a taxas de 10% a 15% ao ano, movimentando em 2009 quase USS 22 bilhões.

As quatro acionistas preveem aportes de R$500milhões na Bio-Novis nos próximos cinco anos, com investimento significativo para transferência de tecnologia O novo laboratório coloca o Brasil no mercado global de biomedicamentos (remédios produzidos com base em células vivas), segmento que movimenta cerca de USS 160 bilhões anuais e cresce em média 12% ao ano no mundo. Inicialmente, a empresa deverá adquirir produtos em fase de desenvolvimento ou já desenvolvidos, para fabricá-los no Brasil. "Você tem um modo de aprendizagem e, em três anos, passa a produzir aqui e dominar a tecnologia", diz. Ao mesmo tempo, a empresa se dedicará à inovação incremental para, por fim, chegar à inovação radical, num período de até 1O anos.

Segundo Fínotti, nos próximos dois anos, cinco medicamentos biológicos, que movimentam USS 60 bilhões, perderão patentes, criando potencial para a competição. O mercado de biotecnológicas ficou em USS 160 bilhões em 2011.