Um anel vaginal de silicone contendo o antirretroviral dapivirina manteve eficácia moderada e permaneceu bem tolerado e aceitável para as mulheres africanas durante um ano, de acordo com um relatório apresentado na 10ª Conferência Internacional sobre AIDS (IAS 2019), na Cidade do México.

Após dois anos de uso por aproximadamente três quartos dos participantes de um estudo, os pesquisadores estimaram que o anel reduziu o risco de contrair o HIV em 39%. Participaram mais de 2,6 mil mulheres HIV-negativas em 14 locais no Malawi, África do Sul, Uganda e Zimbábue. Parte utilizou o anel dapivirina e as demais um anel placebo inativo.

“As mulheres têm diferentes necessidades e preferências de prevenção ao HIV, e ter uma variedade de ferramentas eficazes é essencial para controlar a epidemia em todo o mundo”, afirmou o professor da Universidade de Washington, Jared Baeten. O anel vaginal será mais uma opção de prevenção como preservativos, profilaxia pré-exposição (PrEP).

O anel de polímero de silicone flexível contém 25 mg do dapivirina, um inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo (NNRTI) que nunca foi desenvolvido para uso oral. O uso contínuo é de um mês antes de ser substituído. O medicamento se difunde lentamente para fora do anel ao longo do tempo e os pesquisadores podem estimar com que frequência foi usado com base na quantidade de droga deixada no anel no final do mês.

Análise e evolução

Conforme relatado pela primeira vez na Conferência de 2016 sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), o anel reduziu o risco de contrair o HIV em decepcionantes 27% no total de participantes. No entanto, sua eficácia estava associada à idade, provavelmente devido a diferentes níveis de adesão.

O anel mostrou eficácia zero para mulheres entre 18 e 21 anos, mas aumentou para 56% entre 22 e 26 anos e 51% para aqueles com 27 anos ou mais. Uma análise posterior mostrou que as mulheres que usaram o anel consistentemente tiveram um risco 65% menor de infecção, e a eficácia pode ter sido tão alta quanto 90% ou mais para aqueles com a melhor adesão.

Um total de 35 mulheres adquiriu o HIV durante o acompanhamento, para uma incidência de 2,7 por 100 pessoas/ano, ou 2,7%. Embora não houvesse um grupo de controle direto, essa taxa foi comparada favoravelmente com a de 4,5 por 100 pessoas/ano vista no braço de placebo da ASPIRE. Após o ajuste para fatores como idade e doenças sexualmente transmissíveis, os pesquisadores estimaram que o anel reduziu a taxa de infecção pelo HIV.

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