NOTA DO GTPI – O GTPI entende que toda vacina que não passou por todas as etapas dos testes clínicos, ainda que esteja aprovada por órgãos reguladores dos seus países de origem, ainda estão em teste. A replicação destas matérias, veiculadas na mídia são um acompanhamento dos resultados destes testes e dos acordos para produção e distribuição, fundamentais para o nosso debate sobre o acesso às vacinas, como também aos insumos, tecnologias e tratamentos relacionados à resposta à Covid-19.
Fase 3 dos testes foi anunciada após publicação de resultados positivos. Profissionais de saúde e grupos específicos terão prioridade.
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) anunciou nesta quinta-feira, 27, a intenção de testar a vacina russa contra a Covid-19 em pelo menos dez mil voluntários. O protocolo para validar a fase 3 dos estudos clínicos deve ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em até 30 dias. Depois de aprovado, o Estado estima um prazo de duas semanas para realizar os ajustes finais. Em um cenário realista, o Tecpar espera iniciar os testes em voluntários em 50 dias.
A informação partiu do diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, após publicação do estudo com resultados preliminares da Sputnik V na “The Lancet”. Serão duas doses, com intervalo de 21 dias. As vacinas serão destinadas sobretudo a profissionais de saúde de hospitais universitários e, talvez, grupos de risco (diabéticos e hipertensos).
O protocolo de validação da fase 3 de estudos clínicos da vacina russa Sputnik V à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), será apresentado até o final de setembro.
Depois de aprovado pelos órgãos regulatórios, a previsão é que o início dos testes aconteça até o final de outubro.
“O material prévio encaminhado pelos russos ao Tecpar já demonstrava resultados promissores. Mas não havíamos anunciado formalmente pelo termo de confidencialidade que temos com a Rússia. Hoje está bem evidenciado, é um dia importante para a continuidade dos trabalhos”, disse Callado.
“Existe uma boa taxa de confiabilidade nessa vacina. Essa publicação [da “The Lancet”] ainda passará pelas avaliações dos pares, dos cientistas, da comunidade internacional. Mas a confiabilidade é bastante ampla”, acrescentou.
De acordo com o Tecpar, a Rússia tem mostrado uma boa capacidade de transferência de tecnologia e metodologia. O Instituto Gamaleia de Moscou trabalha com uma técnica inovadora que utiliza dois tipos de adenovírus humanos para provocar uma reação imune ao Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
Em meados de agosto, O Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF) e o Governo do Paraná acertaram uma cooperação em torno da vacina russa Sputnik V. O objetivo é conduzir esta última etapa dos testes clínicos no Brasil, com a possibilidade de transferência de tecnologia para produção local, caso os resultados sejam promissores.
A RDIF e o Instituto Gamaleya de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia se comprometeram a compartilhar com o TecPar os resultados dos testes clínicos da vacina e protocolos tecnológicos para sua produção.
Com informações de Russia Beyond e UOL
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