NOTA DO GTPI – No Brasil, o favipiravir poderia estar sem patente desde o ano passado, mas devido o parágrafo único do artigo 40 da Lei de Patentes (que permite a extensão da vigência das mesmas), o medicamento continua patenteado.

A Fundação Russa para Investimento Direto (RDIF) e o grupo de empresas ChemRar oferecerão 60 mil embalagens de Avifavir para tratamento contra a Covid-19 em hospitais russos a partir do próximo dia 11.

O Avifavir recebeu o registro do Ministério da Saúde da Federação Russa sob um regime acelerado de certificação e se tornou o primeiro medicamento aprovado no país para o tratamento da Covid-19.

“O Serviço Federal de Vigilância em Saúde (Roszdravnadzor) está em contato com os fabricantes para viabilizar a entrada acelerada no mercado e para o uso clínico de medicamentos recém-registrados”, informou a chefe do departamento, Alla Samoilova. A expectativa é de disponibilizar tratamento para 60 mil pacientes por mês.

O Avifavir é nome de marca do medicamento produzido pela joint venture da RDIF e a empresa farmacêutica ChemRar. Medicamento análogo ao favipiravir, é usado no Japão desde 2014 para formas graves da gripe Influenza.

No Japão, onde o ingrediente ativo original – favipiravir – foi desenvolvido, não há previsão para a circulação do medicamento contra a Covid-19.

De acordo com os resultados da primeira fase dos ensaios clínicos (10 dias), o Avifavir demonstrou segurança, não foram detectados efeitos colaterais novos nem efeitos não registrados anteriormente.

A eficiência excedeu 80%, que é o critério para um medicamento com alta atividade antiviral. O início da fase final dos ensaios, com um aumento no número de pacientes para 330, foi aprovado pelo Ministério da Saúde em 21 de maio.

Como age o Avifavir

Segundo os cientistas, a droga tem um mecanismo de ação claro: ela bloqueia a replicação do vírus dentro da célula, interrompendo assim seu ciclo de desenvolvimento.

“O Avifavir não suprime processos semelhantes que ocorrem nas células humanas e, por esse motivo, não é tóxico para elas”, esclareceu o secretário do Conselho Científico da Academia Russa de Ciências para Química Médica, Konstantin Balakin.

Medicamento não estará nas farmácias

O Avifavir será utilizado apenas em instalações médicas. Segundo informe do RDIF, o medicamento será entregue aos hospitais sob contratos e estará sob a supervisão dos médicos.

Vacinação geral no país já pode começar no outono

No caso de sucesso nos testes clínicos, uma vacinação geral no país já pode ser iniciada no outono, que na Rússia inicia em 1 de setembro, de acordo com o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Chernyshenko.

“O trabalho com a vacina está em pleno andamento, já estamos aguardando os resultados e os especialistas dizem que, se tiverem sucesso no outono, a vacinação em massa já poderá ser iniciada. Mas, por enquanto, todos precisamos aprender a viver, levando em consideração os riscos que a infecção acarreta ”, afirmou.

Com informações de ТАСС, АБН, BFM.ru e EADaily