Protesto em Barcelona no último mês sobre acesso ao tratamento de hepatite. Fotografia: Josep Lago/AFP/Getty Images

Tradução feita pelo GTPI de matéria do The Guardian de 01 de junho de 2016. (clique aqui para ler em inglês)

O Reino Unido trata apenas casos mais urgente. O tratamento, se ofertado para todos, custaria
um terço do orçamento total de medicamentos do país.

Nenhum país do mundo pode se dar ao luxo de tratar cada paciente que tem a potencialmente
fatal doença hepática hepatite C utilizando novos medicamentos que a curam, de acordo com especialistas da Organização Mundial da Saúde.

A investigação mostra que pagar o tratamento com esse medicamento para todos os infectados custaria uma proporção substancial do orçamento anual de medicamentos de um país, de 10,5% nos Países Baixos a 190% na Polônia. O Reino Unido teria que gastar um terço do seu orçamento para medicamentos.

“É um monte de dinheiro – mais do que a maioria dos países tem para gastar”, disse Suzanne
Hill, diretora do departamento de medicamentos da OMS e uma das autoras do artigo publicado na revista PLoS (Public Library of Science) Medicine.

Mesmo que o tratamento de 12 semanas com os medicamentos sofosbuvir e ledipasvir / sofosbuvir possa curar uma condição que muitas vezes leva a tratamentos hospitalares muito
caros em função de complicações, incluindo cirrose e câncer, todo país tem tido que racionalizar o tratamento. Há cerca de 700.000 mortes por ano no mundo de infecção por hepatite C.

O Reino Unido e a França estão entre os países que decidiram tratar apenas os casos mais
urgentes.

“A recomendação da OMS é que o tratamento deve ser oferecido a todo mundo”, disse Hill.
“Os novos medicamentos são fantasticamente eficazes e parecem curar as pessoas”.

O documento, que analisa os custos em 30 países, diz que a situação atual é inaceitável. Esses preços ameaçam a sustentabilidade dos sistemas de saúde de muitos países e evita a disposição em larga escala do tratamento”, escrevem os autores.

“As partes interessadas devem implementar uma estrutura de preços justos para proferir
preços mais baixos que tenham em conta a acessibilidade”.