A Fundação Grupo Efecto Positivo (GEP) se reuniu na última semana com a nova diretora nacional de AIDS e ETS da Secretaria de Governo de Saúde da Nação, Claudia Rodríguez. Durante o encontro, a representante do governo fez um balaço das principais desafios à frente do órgão.

“Algo falhou nas políticas de prevenção e estamos com um rebote da sífilis em todo o país. Temos que trabalhar muito para que não desencadeie um surto de HIV. Precisamos de campanhas; precisamos fortalecer a Educação Sexual Abrangente para que além dos testes em massa, possamos fortalecer as campanhas nos territórios”, avaliou Rodríguez.

Em setembro do ano passado durante a reforma administrativa, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, extinguiu o Ministério da Saúde.

Pela Fundação GEP, participaram do encontro o secretário, José María Di Bello e as integrantes Mariela Bacigalupo e Julia Varela. A organização acumula conquistas importantes nos últimos anos como no auxílio ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) da Argentina, que rejeitou a o pedido de patente do Sofosbuvir por duas vezes.

A decisão possibilita que a Argentina desenvolva em nível local uma linha de antirretrovirais com a substância a um preço muito mais baixo do que o oferecido por empresas transnacionais.

“A não concessão da patente do Truvada (medicamento contra o HIV) não só permitiu compras do governo a preços acessíveis como encorajou os produtores nacionais a produzir e desenvolver novos tratamentos”, lembrou o secretário José María Di Bello.

Monitoramento e estudos

Além das oposições de patente, a comitiva da Fundação GEP apresentou trabalhos desenvolvidos pela organização como o Observatório de Acesso a Medicamentos, uma ferramenta que monitora e permite análises sobre o preço dos medicamentos em nível nacional e regional. “Os preços dos medicamentos na Argentina são os mais altos da América Latina”, afirma Di Bello.

A fundação também elabora estudos de impacto que analisam as consequências das assinaturas dos Acordos de Livre Comércio entre o Mercosul e União Europeia, além de promover a defesa do direito à saúde com ações contra a interferência das empresas farmacêuticas transnacionais.

“Estamos no debate das salvaguardas de saúde pública. Em particular, sobre as diretrizes para patenteabilidade, que são um exemplo paradigmático na defesa de direitos e acesso à saúde que devemos defender contra o avanço das empresas multinacionais e seus interesses”, comentou Di Bello.