Nascido em julho de 1958, na capital indiana de Calcutá, o médico Amit Sengupta tornou-se uma figura chave no ativismo global pelo direito à saúde, liderando vários projetos de pesquisa na área da política de medicamentos a saúde pública. Ele morreu aos 60 anos nesta quarta-feira (28) em uma praia, em Goa, enquanto nadava.

Dr. Sengupta esteve associado várias iniciativas e redes da sociedade civil. Seu ativismo destacava-se por ir além da saúde biomédica, mas pelas críticas aos impactos da globalização e aos paradigmas do desenvolvimento na Índia e em todo o mundo.

A linha atuação que unia este ícone às causas defendidas pelo Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI) estava nas críticas aos impactos do comércio e das leis de propriedade intelectual no acesso a medicamentos essenciais; aos impactos da privatização na áreas de saúde e desempenho das instituições de saúde globais.

Foi um ativista que liderou a luta pela manutenção da capacidade da Índia como produtora e exportadora de medicamentos genéricos acessíveis, em especial para países em desenvolvimento. Sua contribuição foi fundamental para que parlamentares incluíssem salvaguardas à saúde pública na Lei de Patentes indiana, durante a implementação do regime de patentes farmacêuticas da OMC.

Salvaguardas garantiram acesso

Como principal resultado desta incidência política no legislativo, as pessoas vivendo com HIV na Índia e a sociedade civil tinham instrumentos para contestar o alto número de pedidos de patentes sob a ação de evergreening, evitando monopólios, concessões indevidas e garantindo suprimentos de ARVs para programas de combate ao HIV.

Legado

Baseada no interesse público, a visão e o trabalho de Sengupta sobre política farmacêutica, inovação e propriedade intelectual atingiram milhões de pessoas e serviu de inspiração para tantas outras que aderiram ao ativismo. Sempre interessado em alcançar movimentos baseados em comunidades e no aprimoramento da educação científica, ele foi um pilar do movimento de saúde e acesso à medicamentos na Índia e no mundo.

Seu trabalho e espírito continuam.