O advento das drogas supressoras do vírus HIV deu início a uma nova era de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) que reduz drasticamente as chances de uma pessoa sexualmente ativa de contrair o vírus.

Mas o acesso mais amplo à PrEP está sendo ameaçado por esforços das empresas farmacêuticas em coibir o uso de novas formas genéricas – mais baratas – desses medicamentos, argumentam os pesquisadores em um novo estudo.

Os autores afirmam que suas análises descobriram que uma nova formulação de PrEP, mais cara e considerada mais segura pela empresa que a fábrica – na realidade não seria melhor do que suas versões genéricas.

Além disso, os pesquisadores destacaram que qualquer tentativa de usar a PrEP de marca pode retardar os esforços para acabar com a epidemia de HIV.

“Se o novo medicamento da marca conseguir expulsar o seu concorrente genérico, a expansão da PrEP nos EUA poderá parar e o novo medicamento poderá acabar causando transmissões de HIV mais evitáveis do que impede”, disse o autor sênior do estudo, A. David Paltiel. Ele é professor de saúde pública na Escola de Saúde Pública de Yale, em New Haven, Connecticut.

A PrEP do HIV é uma pílula tomada uma vez ao dia que reduz o risco de infecção pelo HIV por sexo ou uso de drogas injetáveis em até 99%.

No entanto, desde 2012, houve apenas uma PrEP aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) nos EUA. É uma combinação de tenofovir/emtricitabina (F/ TDF) que foi comercializada pela Gilead Sciences e vendida sob a marca Truvada.

A proteção de patentes para Truvada deve expirar e a primeira versão genérica está prevista para setembro de 2020, disse a equipe de Paltiel.

Os medicamentos mais novos são mais seguros

Truvada tem “um forte registro de segurança e eficácia”, disse o co-autor do estudo, Tim Horn, em um comunicado à imprensa em Yale. Ele dirige o acesso a medicamentos e os preços para a Aliança Nacional de Diretores Estaduais e Territoriais de Aids.

“Mas os medicamentos de marca geralmente são muito mais caros que os genéricos. Portanto, a chegada iminente de uma alternativa genérica muito mais barata, igualmente segura e eficaz é uma oportunidade de ouro para expandir o acesso à PrEP em alguns dos segmentos mais difíceis de alcançar da população em risco”, acredita Horn.