Pesquisadores do Rio, São Paulo e Porto Alegre fazem parte de um estudo internacional que pretende mudar a forma de prevenção do HIV/Aids. O objetivo do Projeto HPTN 083 é o desenvolvimento da injeção chamada Cabotegravir, um método de prevenção cuja dosagem seria aplicada uma vez a cada dois meses. Hoje a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é feita com o medicamento Truvada, com um comprimido diário.

Os testes também estão em andamento em mais de 40 centros de pesquisa na África do Sul, Argentina, Estados Unidos, Peru, Tailândia e Vietnã. No Brasil, são realizados pela Fiocruz (Rio), Hospital das Clínicas (São Paulo) e no Hospital Conceição (Porto Alegre)

Mesmo com os medicamentos de prevenção evoluindo, os especialistas reforçam a necessidade do uso regular da camisinha. “Temos que lutar com todas as armas contra o avanço da epidemia”, defende a pesquisadora.

Duração e metodologia

A duração do projeto está programada para quatro anos e meio, que podem variar de acordo com a evidencia dos resultados. O cabotegravir tem potencial para se tornar a evolução da PrEP pela praticidade no uso e sua longa duração. O medicamento já é usado para tratamento das pessoas que vivem com HIV.

A cada dois meses, parte dos voluntários receberá receberá comprimidos diários de coquetel oral e injeções de placebo. Outra parte receberá as injeções do cabotegravir e comprimidos diários de placebo. Nem a equipe nem os participantes saberão quem está em qual grupo até o fim do estudo.

Voluntários

Os voluntários precisam ser HIV negativo maiores de 18 anos. Estão aptos homens gays e bissexuais, mulheres trans e travestis sem aplicação de silicone nas nádegas.

O Rio Grande do Sul já conta com 177 voluntários de vários municípios e há vagas para mais voluntários.

Veja como se candidatar

Em São Paulo os interessados devem entrar em contato com a Casa da Pesquisa do CRT DST/Aids: (11) 5087-9903, WhatsApp (11) 94532-3864 ou pelo e-mail pesquisa@crt.saude.sp.gov.br

Novos casos em números

Dados mais recentes do Ministério da Saúde, divulgados em 2018, mostraram que a taxa de detecção de novos casos de Aids em São Paulo foi de 22%, de Rio de Janeiro 34% e Porto Alegre foi de 60,8 por 100 mil habitantes. A capital gaúcha lidera o triste ranking de novos casos entre as cidades brasileiras com mais de três vezes a média nacional de 18,3 a cada 100 mil/hab.

Com informações de G1 (SP), G1 (RS), Ministério da Saúde e Fiocruz

Com imagem de Bruno Concha/Divulgação