No marco da luta contra corporações transnacionais, na última quinta-feira (17), oito comunidades se reuniram para apresentar como grandes empresas estão impactando nos seus territórios, hábitos e meios de sobrevivencia na segunda audiência do Tribunal Permanente dos Povos do Sul da África sobre Empresas Transnacionais, em Joanesburgo, na África do Sul.

Criado a partir da Campanha de Desmantelamento do Poder Corporativo no Sul da África, o movimento reúne organizações comunitárias da região como uma plataforma de expressão de comunidades indígenas sobre os impactos diretos causado por grandes corporações.
 
Agricultores e ativistas moçambicanos denunciaram a execução do Programa de Cooperação Triangular para o Desenvolvimento Agrícola das Savanas Tropicais de Moçambique, o ProSavana, que em parceria com Brasil e Japão, vai disponibilizar 35 milhões de hectares no centro e norte de Moçambique para a exportação de soja ao Japão e à China. Na China a soja será destinada à criação de porcos.
 
Representantes da campanha “Não ao ProSavana” informaram na audiência que nem todos estão felizes com o plano devido casos de confisco de terras, consultas precárias com moradores e a falta de transparência governamental sobre o projeto. Uma agricultora chegou a relatar que onde mora, todos foram obrigados pela polícia a assinar documentos apoiando o ProSavana, posteriormente foram obrigados a deixar suas terras sem o recebimento de indenização. Quem resistia a assinar era ameaçado de prisão.
 
“A terra é minha vida e meu futuro”, disse um dos camponeses do tribunal.
 
Com informações de The Daily Vox