Já faz parte da rotina o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacar o mercado global de produtos farmacêuticos. Entretanto, no mês passado, Trump foi além das críticas e anunciou um plano para tentar reduzir os preços de medicamentos dos EUA para “níveis internacionais”. A ação encontrou eco no CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, que em entrevista à rede Bloomberg, afirmou que um reajuste de preços, elevando os preços europeus e diminuindo os preços americanos, seria justificado.

“O mundo está se beneficiando dos altos preços nos Estados Unidos, que incentivaram a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos”, afirmou Soriot, confessando logo em seguida que não sabe ainda como exatamente os ajustes de preços aconteceriam, ao mesmo tempo em que sugeriu que os preços dos medicamentos praticados no Japão poderiam servir como parâmetros.

Trump manifestou-se no mês passado pela criação de um índice internacional de preços com redução gradual para os medicamentos do Medicare Parte B. Em conjunto com o plano, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) divulgou um relatório apontando que, dos 27 medicamentos mais utilizados na Parte B do Medicare, os preços nos EUA são 180% mais altos, em média, do que nos países com economias similares.

O Medicare é o sistema de seguros de saúde administrado pelo governo dos Estados Unidos para pessoas de 65 anos ou mais. É dividido em quatro partes (A, B, C e D) que se diferenciam pelas cobertura de serviços específicos. O Medicare B abrange dois tipos de serviços, incluindo aqueles necessários para o tratamento de doenças.

Proposta longe da unanimidade

Outros altos dirigentes farmacêuticos expressaram suas opiniões sobre o plano. O CEO da Pfizer, Ian Read, disse que acredita que a proposta faça sentido já que o plano envolve importar a política industrial de um país para um país baseado em inovação”. Já o CEO da Allegan, Brent Saunders, considerou que a proposta “pode ter um efeito desestabilizador sobre como pensamos em investir em inovação em nosso setor”.

O debate sobre os preços internacionais é parte de uma conversa mais ampla sobre os preços dos EUA. Além do plano da Parte B, o governo Trump tem pressionado os preços dos medicamentos nos anúncios de TV, e a FDA está aprovando mais genéricos do que nunca, em um esforço para fornecer alívio. Em maio, o governo divulgou seu plano de preços, com o objetivo de aumentar a concorrência e a negociação de produtos farmacêuticos, bem como reduzir os preços de tabela e os custos diretos dos pacientes.

Após as eleições de meio de mandato, os observadores da indústria esperam atenção contínua sobre os preços e possíveis novas dores de cabeça para a indústria farmacêutica, na forma de investigações e audiências de comitês.

Com informações de Fierce Pharma

Com imagem de Geo.TV

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