A União Europeia desconfia da compra pelos Estados Unidos de quase toda a produção dos próximos três meses do antiviral remdesivir, o primeiro medicamento especificamente aprovado contra a Covid-19. Há uma preocupação de que o acordo estabeleça um precedente em meio a uma pandemia – e ainda sem vacina – e dê lugar a um novo cenário no qual as operações comerciais limitam o acesso a medicamentos e enfraquecem a cooperação internacional contra o coronavírus.

O Ministério da Saúde da Espanha afirmou nesta quarta-feira (1l que o fornecimento na Espanha está garantido. “Há estoque suficiente para lidar com a atual situação epidemiológica e possíveis surtos”, disse a diretora da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (Aemps), María Jesús Lamas.

A Comissão Europeia anunciou por sua vez que está negociando com a Gilead para aumentar sua capacidade de produção para garantir também a compra do antiviral. “A Comissária da Saúde, Stella Kyriakides, teve inúmeras conversas com o fabricante e a Comissão está negociando a reserva de doses para os Estados Membros da UE”, observou.

O desconforto de Bruxelas e do resto das capitais europeias nas táticas de acumulação americana é evidente. “A Comissão toma nota do anúncio feito pelos Estados Unidos”, disse a agência.

Com informações de Monitor Mercantil