NOTA DO GTPI – O GTPI entende que toda vacina que não passou por todas as etapas dos testes clínicos, ainda que esteja aprovada por órgãos reguladores dos seus países de origem, ainda estão em teste. A replicação destas matérias, veiculadas na mídia são um acompanhamento dos resultados destes testes e dos acordos para produção e distribuição, fundamentais para o nosso debate sobre o acesso às vacinas, como também aos insumos, tecnologias e tratamentos relacionados à resposta à Covid-19.

Resultado de testes é positivo e mostra que vacina chinesa é segura

A vacina chinesa, CoronaVac, que está sendo produzida em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, tem apresentado uma taxa de eficácia em 98% no combate ao novo coronavírus em idosos. A vacina ainda está em fase de testes. No Brasil, 9 mil voluntários da área da Saúde participam da testagem com a CoronaVac, que está na Fase 3 de testes em humanos.

“Os testes demonstram que a vacina CoronaVac é segura e tem taxa de eficiência de 98% na imunização de idosos. Estudos da segunda fase de testagem demonstram que pessoas com mais de 60 anos, que representam um dos grupos de risco [para o novo coronavírus], receberam mais de uma dose da vacina e a resposta imune chegou a 98%”, afirmou o governador de São Paulo, João Dória.

Perto de completar 50 dias. os resultados dos testes realizados no Brasil não registraram incidentes, como reações adversas, nos quase 9 mil voluntários. “Os prognósticos são promissores. E em breve teremos a vacina para imunizar os brasileiros de todo o país”, disse o governador.

Os testes de eficácia da vacina no Brasil deverão ser conhecidos até 15 de outubro, após a vacinação de todos os 9 mil voluntários até o final de setembro. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, 4 mil voluntários já receberam a primeira dose da vacina.

Caso os resultados sejam positivos, ja partir de dezembro deste ano, 46 milhões de doses estarão disponíveis para o Ministério da Saúde para vacinação. No entanto, cada pessoa precisará tomar duas doses, o que significaria que cerca de 23 milhões de brasileiros poderiam ser vacinados nesse momento.

De acordo com Dimas Covas, o Instituto Butantan poderia produzir, até maio do ano que vem, 100 milhões de doses da CoronaVac. Isso dependeria, no entanto, de apoio financeiro do Ministério da Saúde.

Vacina de Oxford

Dimas Covas comentou a suspensão dos testes de eficácia da vacina de Oxford, que teve 100 milhões de doses já encomendadas pelo governo federal. Esta vacina, que também está na Fase 3 de testes e é aplicada em voluntários do Brasil, teve os estudos suspensos após um dos voluntários apresentar uma reação adversa séria. “Quando aparece notícia de um estudo clínico interrompido, isso é comum. Não significa que a vacina não é boa. O efeito adverso precisa ser estudado. Tem que ver se foi a vacina que provocou o efeito adverso.”

De acordo com Covas, a vacina de Oxford tem um tipo de fabricação diferente da que está sendo produzida pelo Instituto Butantan com a chinesa Sinovac. A do Butantan utiliza vírus inativados, que são cultivados em laboratórios e quebrados quimicamente. Neste caso, pedaços de vírus são colocados nas vacinas e introduzidos nas pessoas, estimulando o sistema imunológico a produzir os anticorpos.

É o mesmo processo usado na produção da vacina contra a gripe Influenza, que foi aplicada este ano no Brasil. “Não tem vírus vivos nessa vacina. Ela não provoca a infecção”, explicou Dimas Covas.

Já a produção da vacina de Oxford é baseada em novas tecnologias, que se utilizam de materiais genéticos, proteínas sintéticas ou vetores virais. “[A vacina de Oxford] utiliza um adenovírus para levar um pedaço do coronavírus para dentro do organismo e provocar a infecção. E aí desencadeia a resposta imunológica. São os vírus do resfriado comum e não causam problema maior”, disse Covas.

Ele ressaltou que, para que todos os brasileiros possam ser imunizados de forma rápida contra o novo coronavírus, é importante que existam diferentes vacinas no país. “Eu, sinceramente, gostaria que as outras vacinas também se desenvolvessem muito rapidamente. O Brasil, [com] 200 milhões de habitantes, precisará de muitas vacinas, uma só não será suficiente para imunização de toda a população.”

Com informações de Agência Brasil