O Fostensavir representa uma esperança para aqueles que enfrentam o desafio do HIV-1 multirresistente, ou seja, para pessoas que já utilizaram diversos outros tratamentos antirretrovirais, mas adquiriram resistência. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas convivem com o HIV, e, segundo o Ministério da Saúde, entre 300 e 500 delas enfrentam a complexidade do HIV multirresistente.
No entanto, surge a questão do custo deste tratamento. De acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o preço máximo de venda ao governo pode variar entre R$14.007,42 e R$17.599,60 para o tratamento mensal de uma única pessoa, o que significa em torno de R$ 80 milhões por ano no orçamento do SUS. Isso levanta a pergunta: está acessível no Brasil? Até o momento, este antirretroviral está em vias de ser incorporado no SUS, mas o seu valor é proibitivo.
Mas por que esse preço tão elevado? A razão fundamental é o monopólio de uma patente concedida pelo estado brasileiro a uma única empresa. Neste contexto, é crucial que reconheçamos que a saúde está sendo transformada em mercadoria, e que vidas estão sendo precificadas. O Fostensavir representa uma esperança para muitos, mas seu preço exorbitante se torna uma ameaça real para a sua incorporação no Brasil. A indústria farmacêutica transnacional está mais uma vez se aproveitando do sofrimento e da necessidade das pessoas para lucrar. Não podemos simplesmente aceitar essa realidade.
Devemos unir nossas vozes e forças para reivindicar o acesso universal a esse tratamento. Exigimos a inclusão de novos medicamentos a preços justos e acesso universal. Ninguém deve ser excluído do direito fundamental à saúde. Unamos nossas vozes e ergamos a bandeira da vida, da dignidade e da saúde para todos.
Foto: Viiv Healthcare
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