A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), definiu a incorporação do medicamento Raltegravir na primeira linha de tratamento contra o HIV para grávidas, pessoas com tuberculose e crianças menores de 12 anos. A decisão aconteceu nessa quinta-feira (6), em Brasília, durante reunião que analisou as sugestões oriundas da consulta pública online realizada entre 25 de maio e 15 de junho.

Na perspectiva da incorporação à primeira linha de tratamento no SUS, o Raltegravir, do laboratório estadunidense Merck & Co, foi oferecido pelo fabricante ao preço de US$ 0,65 por comprimido (cerca de R$2,14 cotação de 7/7). Isso corresponde a um valor mais em conta do que o Dolutegravir, da GlaxoSmithKline, cujo comprimido é adquirido pelo valor de US$1,50 (cerca de R$ 4,93).

No entanto, os debates na CONITEC também evidenciaram a superioridade do Dolutegravir em relação ao Raltegravir do ponto de vista terapêutico. Neste sentido, o encaminhamento mantém o Dolutegravir como a principal opção da primeira linha (no final do ano passado foram comprados 100 mil tratamentos que já estão sendo distribuídos) e a inclusão do Raltegravir para os casos específicos citados, onde o seu uso é mais indicado.

Ainda que as quantidades de Raltegravir que serão compradas sejam inferiores, a proposta de preço (U$ 0,65) deve ser mantida pela Merck. O GTPI se compromete a monitorar o processo de compra do Raltegravir de modo a garantir que não haja uma mudança inesperada no preço oferecido.

Sobre o GTPI

O GTPI tem atuado desde 2014 pela revisão da primeira linha de tratamento, cobrando a incorporação das melhores opções terapêuticas e medidas que garantam a sustentabilidade financeira do acesso universal e gratuito a elas. O grupo de trabalho advoga também pelo direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids, a fim de que as políticas públicas sejam centradas nos direitos humanos e na qualidade de vida das pessoas, atuando para que a incorporação de medicamentos aconteça com ampla participação da sociedade civil.

Destacam-se nesta atuação os inúmeros debates, cartas e protestos que o GTPI organizou cobrando a utilização de inibidores de integrasse no Brasil (classe dos medicamentos Dolutegravir e Raltegravir) como forma de reduzir os inúmeros casos de abandono do tratamento, bem como a desigualdade entre países na oferta dos melhores opções terapêuticas.