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Entre os dias 25 e 28 de abril a cidade do Rio de Janeiro sediou o evento “Por que a Justiça em saúde importa? A Pandemia de Covid-19: Lições do Sul Global e Interseção com Justiça Climática”, com o objetivo estabelecer conexões entre organizações do Sul global que historicamente lutam por justiça em saúde e justiça socioambiental e climática. O Brasil, país escolhido para sediar o evento, além de sua imensa socio biodiversidade, é também palco de importantes movimentos ligados à justiça em saúde e à justiça ambiental. A Health Justice Initiative, em colaboração com a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, Fase, Vacunas para la Gente, Médicos Sem Fronteiras, Rethink Trade e Oxfam-Lac, enfrentaram o desafio de unir esses dois movimentos em um único evento. Mais de 100 organizações, engajadas nessas questões, se reuniram para compartilhar experiências, discutir desafios e explorar soluções.

Este encontro inaugural desempenhou um papel fundamental ao unir os movimentos de justiça em saúde e justiça climática, iniciando discussões sobre as interseções entre eles. A pandemia de Covid-19, que afetou o mundo todo, trouxe à tona a importância de se abordar a saúde pública de forma equitativa e sustentável.

Além disso, a crise climática em curso tem consequências diretas na saúde das populações, em especial as mais vulneráveis. Durante os quatro dias de evento, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências, ações e projetos, fortalecendo laços e estabelecendo conexões para um trabalho conjunto em prol da justiça. Palestras, painéis de discussão, workshops e mesas redondas abordaram temas como acesso a medicamentos, desigualdades sociais e ambientais, políticas públicas, direitos humanos, racismo ambiental, as dinâmicas de poder das indústrias farmacêutica e extrativista, transição justa, estratégias para enfrentar os desafios futuros e a interseção entre desastres socioambientais e o acesso à saúde.

Através desse evento, foi possível criar um espaço de diálogo e aprendizado mútuo, promovendo a troca de conhecimentos e a formação de parcerias. O encontro reafirmou a importância de se combater as desigualdades e promover a justiça em saúde, reconhecendo a interconexão entre questões sociais, econômicas e ambientais.

Nesse sentido, o evento “Por que a Justiça em saúde importa: a Pandemia de COVID: Lições do Sul Global e interseção com Justiça Climática” foi um marco importante, unindo diferentes atores em prol de um objetivo comum: promover um mundo mais justo, equitativo e saudável. Os resultados e aprendizados compartilhados durante esses dias serão fundamentais para impulsionar ações e
iniciativas que transformem positivamente a vida das pessoas, além de contribuir para a construção de sociedades mais resilientes e sustentáveis.

O evento serviu como um ponto de partida, e agora no esforço de avançar na implementação de soluções concretas, no fortalecimento de parcerias e na mobilização de recursos para enfrentar esses desafios globais, o Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI), juntamente com a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), organizou o webinário “Ecos RIO 2023 Construindo Conexões: A crise climática é uma crise de saúde”, com o objetivo de dar continuidade às discussões e ações em prol da justiça em saúde e da justiça climática em nível regional.

O nome do evento, “Ecos,” brinca com a palavra “ecossistema,” uma vez que busca abordar e compreender o ecossistema, não apenas no sentido natural e ambiental, mas também em termos mais amplos, incluindo as interações entre os diversos movimentos que compõem nossa sociedade. A intenção de ecoar e repercutir as importantes reflexões do evento RIO 2023 e ao mesmo tempo pensar um ecossistema entre os movimentos, como possibilidade de interações e interseccionalidade em contraposição as monoculturas e as configurações estanques entre as lutas por justiça climática e justiça em saúde.

Os objetivos da Ecos RIO 2023 foi criar um ambiente para ecoar e ampliar as discussões que foram realizadas durante a Rio 2023, promover um espaço de diálogo participativo entre diferentes atores sociais, acadêmicos e ativistas, fortalecer a articulação entre os movimentos e fomentar a construção de estratégias conjuntas para enfrentar os desafios contemporâneos. Através do resgate histórico e da reflexão crítica, buscou-se fortalecer os movimentos por justiça em saúde e climática, bem como a conexão entre eles, contribuindo para um futuro mais justo, sustentável e
saudável para todos.

A discussão tem como ponto de partida o fato inegável de que a crise climática impacta diretamente uma ampla gama de direitos humanos, incluindo o direito à vida digna, à saúde, a igualdade e a  não discriminação. Fica evidente, assim, a necessidade urgente de conectar as organizações do Sul Global que historicamente lutam por
justiça em saúde e justiça socioambiental e climática.