Movimentos sociais e organizações de todo o mundo presentes em Genebra para negociações sobre o Tratado Vinculante sobre Corporações Transnacionais e Direitos Humanos, expressaram solidariedade com o povo brasileiro, nessa quarta-feira (17), na Praça das Nações, realizando uma ação contra a ameaça fascista e o risco para os direitos humanos e à democracia representados na candidatura à Presidência da República do ultraconservador Jair Bolsonaro.

A agenda de violência pregada abertamente pelo postulante ao mais alto cargo do país, é considerada de alto risco na implementação de um retrocesso brutal para os direitos conquistados em décadas de luta para as classes populares brasileiras.

São mais de 100 delegados de mais de 40 países, representando movimentos sociais, sindicatos, comunidades afetadas por violações dos direitos humanos das corporações transnacionais e sociedade civil, que incluem o Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI) e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), do Brasil.

Organizações e movimentos sociais alertam para o fascismo em relação aos direitos humanos no Brasil, que não pouparia nem as áreas onde o país tem exercido liderança internacional com os governos legítimos anteriores de diferentes composições partidárias, que sempre zelaram pelo respeito às liberdades civis e políticas. Os grupos também alertaram as ações dos ativistas em defesa de direitos e territórios coletivos estão em perigo com o projeto de Bolsonaro.

“Estamos vivendo um processo eleitoral muito complicado no Brasil com um candidato que apoia o fascismo e é contra a presença do Brasil na própria ONU, que tem feito um discurso misógino contra as mulheres, pró-ditadura, contra os negros e contra os povos indígenas com o risco de voltarmos a um período de ditadura militar”, explicou a representante da Via Campesina, Tchenna Maso.

Os manifestantes também clamaram por uma reação da comunidade internacional e das instituições do sistema universal dos direitos humanos ao clima de violência e autoritarismo que foi instalado no Brasil para as eleições presidenciais de 28 de Outubro. Os manifestantes também demandam que a comunidade internacional monitore as eleições e seus resultados.

“Ontem a Via Campesina fez uma intervenção sobre o tratado internacional para restringir as ações das transnacionais dentro do Conselho da ONU (…) a além disso, fizemos uma denúncia ao crescimento do ódio no Brasil e uma campanha fascista que é financiada por essas empresas transnacionais. Logo após a nossa denúncia, o governo brasileiro com seus representantes aqui na  ONU, dentro da Comissão de Direito Humanos, exigiu um direito de resposta dizendo que gostaria que retirasse nossa intervenção, o que pra nós é um absurdo”, comentou outro representante da Via Campesina, Moisés Borges.

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