Esta semana a ABIA/GTPI/RedLAM estão presentes em Genebra, juntamente a mais de 60 organizações como Marcha Mundial de Mulheres, a Via Campesina e organizações indígenas e de atingidos pela Shell na Nigéria, numa mobilização chamada pela Campanha Global para Desmantelar o Poder Corporativo e Acabar com a Impunidade (Stop Corporate Impunity), que acontece no âmbito da Segunda Sessão do GT sobre Empresas e Direitos Humanos, na ONU.
Dentro da ONU, as sessões tem sido todas feita por exposições de especialistas seguidas de intervenções dos países e pronunciamentos orais das ONGs. Do lado de fora, a Campanha Global armou uma tenda, onde debates, oficinas e encontros informais estão acontecendo. O sentimento é uma mistura de solidariedade, esperança e fortalecimento mútuo.
O GTPI levou os casos de violações de direitos humanos na Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, expondo de que forma as farmacêuticas atacam leis e pressionam países para não defenderem o direito à saúde. Saiba mais sobre estes casos nos panfletos em espanhol ou em inglês clicando aqui!
Assista abaixo o vídeo dos dois primeiros dias:
Além das participações no evento oficial, também foram organizados eventos paralelos e oficinas na tenda da Campanha Global Stop Corporate Impunity para fortalecer as articulações entre as organizações presentes e pensar estratégias conjuntas.
Nestes eventos paralelos Villardi ilustrou sua fala sobre a urgência de um novo sistema de inovação que seja aberto e colaborativo, com a situação da escassez de tratamento de qualidade para hepatite c no Brasil, onde entre 2015 e 2016 somente 1,7% das pessoas são tratadas. Numa realidade de 1,6 milhões de pessoas com hepatite c, a projeção é que com o atual preço e ritmo de acesso a medicamentos no Brasil seriam necessários 716 meses para dar acesso a todas as pessoas, enquanto com o medicamento genérico a US$300 dólares, em 2019 atenderíamos a demanda das 1,6 milhões de pessoas.
Villardi também apontou para a necessidade de atacar a arquitetura da impunidade e reivindicar a soberania dos povos, para que nós decidamos quais são nossas necessidades em saúde. E para tal, um passo fundamental é o Tratado Vinculante, onde o respeito aos direitos humanos – nesse caso o direito à saúde – não pode ser mais uma questão de responsabilidade social corporativa, nem uma questão voluntária. Um tratado vinculante que obrigue as empresas farmacêuticas a respeitarem DH é um passo fundamental para chegarmos a um novo sistema de inovação farmacêutica não mais baseado nos lucros e nos incentivos de mercado, mas em direitos humanos.
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