Na luta pela ampliação do acesso ao medicamento Atazanavir, dezenove organizações peruanas exigiram do presidente Pedro Pablo Kuczynski, a emissão da licença compulsória para o antirretroviral e o estabelecimento de um plano sustentável de acesso ao tratamento durante manifestação realizada no Congresso, no último dia 20, na capital Lima.
Também esteve presente ao ato o deputado Hernando Cevallos Flores (foto). Ele é médico e autor do projeto de lei 275/2016-CR que declara o Atazanavir de interesse público.
A manifestação da sociedade civil ocorre logo após o governo peruano receber 300 mil comprimidos de Atazanavir por parte de uma doação do governo brasileiro, o que significou de acordo com o coletivo das organizações, o fracasso das negociações entre o governo local e a farmacêutica Bristol Myers Squibb (BMS), proprietária da patente.
O ato chamou atenção para a necessidade urgente da emissão da licença compulsória, proposta feita há mais de dois anos pelo Ministério da Saúde e que hoje está parada na Presidência do Conselho de Ministros, bem como à implementação de mecanismos legais para regulação do mercado com o objetivo de prevenir preços abusivos e a elaboração de uma solução sustentável e ampla para o acesso aos medicamentos em geral.
As organizacões peruanas saudaram o gesto de boa vontade do Brasil na doação do Atazanavir, que pelo segunda vez (a primeira vez foi em 2015) garante a continuidade do tratamento de pessoas vivendo com HIV/Aids no Peru com uma economia de cerca de US$ 1,5 milhão do orçamento local, que poderão ser utilizados para a aquisição de medicamentos para outras doenças.
O manifesto exige ainda o tratamento digno aos peruanos que vivem com HIV/Aids a partir de um sistema de saúde mais eficiente.
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